Exemplo
Uma troca solidária
Projeto Máscaras do Bem distribui protetores de tecido em troca de leite em pó para a maternidade do Hospital São Francisco de Paula
Divulgação -
Com o avanço da pandemia, um grupo de amigas se reuniu para confeccionar máscaras. O tempo ocioso da quarentena e a vontade de ajudar aqueles que enfrentam dificuldades neste período motivaram um gesto de solidariedade. Nascia o projeto Máscaras do Bem. Uma iniciativa que não visa retorno financeiro e que reverte todas as máscaras doadas em alimentos para os mais necessitados, em especial os recém-nascidos que estão na maternidade do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).
Desenvolvido por Marina Mimbarcas e Juliana Camargo, o projeto iniciou através da mãe da Marina, Márcia Petiz. Em visita à filha, ela não conseguiu voltar para Goiânia, onde mora, e ficou mais tempo em Pelotas. Com os alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a importância do uso de máscaras para combater o coronavírus, ela passou a costurá-las. A ideia foi impulsionada pela filha, que desenvolveu o projeto para que as confecções fossem distribuídas para mais pessoas. O objetivo, desde o princípio, foi arrecadar alimentos para doação junto às pessoas que estão em vulnerabilidade social. “Nós tínhamos tecidos em casa e começamos a fazer as máscaras. A produção seria para nossa família inicialmente, mas a Juliana me ligou e disse que também tinha tecidos e queria ajudar. Começamos a produzir em parceria e desde o início, nós tínhamos esse objetivo de reverter as doações para a alimentação. É o mais básico, é a maior necessidade neste tempo de pandemia”, conta Marina.
O projeto adquiriu força com a chegada de outra amiga, Fefa Morales. Após encomendar máscaras, sugeriu que fosse criada uma conta no Instagram para centralizar os pedidos, que estavam sendo divididos entre as amigas. Desta forma, o perfil na rede social passou a receber as encomendas e muito mais: as doações aumentaram. “Recebemos uma leva em dinheiro, máscaras e insumos. Revertemos o dinheiro em alimentos para a população de rua. Muitas pessoas se prontificaram a ajudar, da forma que pudessem, fosse costurando, colocando os elásticos ou ajudando a finalizar as máscaras”, explica. Nesta primeira fase do projeto, foram confeccionadas duas mil máscaras. Todos os tecidos que servem para a confecção, chegam até a iniciativa através de doações.
Mais doações e máscaras personalizadas
Nesta segunda etapa do projeto, se consolidaram as trocas de máscaras por duas latas de leite em pó. Ao adquirir uma das confecções, as pessoas entregam o alimento, que é direcionado para a maternidade do HUSFP. “Cada máscara é entregue com um bilhete falando que as arrecadações serão revertidas em alimentos. Com a arte do Gordo, mandamos umas tags contando que aquela máscara vai ser trocada por latas de leite e vai ajudar bebês que precisam desse alimento”, destaca Marina.
Na sequência do projeto, surgiu a ideia de personalizar as máscaras com grafites, assim como elas observaram em outros países. Desta forma, o artista Gordo Muswieck também passou a integrar o projeto. Foram produzidas 180 máscaras exclusivas com um design diferenciadas, que estão sendo distribuídas a quem realizou encomendas durante a primeira etapa do projeto. Outro parceiro é o restaurante Trip Burguer, que também realiza a distribuição de máscaras e colabora com as arrecadações de leite. “A ideia de juntar a arte do Gordo e a solidariedade. A gente só aceita leite em pó, não aceitamos dinheiro, e realizamos as doações mensalmente para o hospital, que está com dificuldades de comprar. É algo que já pensamos para beneficiá-los”, aponta.
Quem quiser adquirir uma máscara do projeto basta entrar em contato através da página do Instagram, no endereço eletrônico instagram.com/mascaradobempelotas.
Outras doações
Quando o projeto foi iniciado, parte das máscaras foi doada para o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Muitas encomendas foram realizadas por diversas instituições. Para conseguir auxiliar de forma mais eficiente, as idealizadoras conversaram com a administração do Centro de Atendimento de Síndromes Gripais, situado no prolongamento da avenida Bento Gonçalves. Após entender quais eram as demandas, o projeto realizou a doação de micro-ondas e outros utensílios que eram necessários no local. A iniciativa não pretende encerrar as atividades após o fim da pandemia.
Segundo as idealizadoras, as demandas de alimentação seguem e o combate à fome precisa de continuidade. “Este despertar tem que seguir, temos que ajudar essas pessoas. Já estamos estruturando outras ações para este segundo semestre para arrecadar alimentos e seguir com os auxílios”, diz Marina.
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